O Parque da Cidade do Porto, inaugurado em 1993 e projetado pelo arquiteto paisagista Sidónio Pardal, é a maior área verde urbana do país, com 83 hectares que se estendem até à orla marítima, tornando-o o único parque urbano europeu com frente para o mar. Desde a sua construção e nas suas três décadas de existência, foi sujeito a intervenções de alargamento e melhoria que foram integrando soluções de base natural para promover a sustentabilidade ambiental e urbana, e a adaptação às alterações climáticas.
Numa rede de aproximadamente 10 km de caminhos, as suas amplas áreas verdes, a diversidade de árvores (cerca de 13000 árvores no total) e a gestão naturalizada dos solos contribuem para a regulação térmica, a melhoria da qualidade do ar e a conservação da biodiversidade. Os lagos, charcos e solos permeáveis funcionam como infraestruturas verdes que facilitam a retenção e infiltração da água da chuva, o que previne inundações e dá suporte aos ecossistemas aquáticos. Para além disso, o parque serve como habitat para várias espécies, incluindo algumas protegidas, como o sapo-unha-negra (Pelobates cultripes), e promove a conectividade ecológica dentro da cidade.
Para além dos benefícios ambientais, o parque tem uma importante função social e educativa. Incorpora espaços para observação da natureza, trilhos e programas como o “Observa!” que incentivam o envolvimento da comunidade e a educação ambiental. Proporciona locais para lazer, desporto e contacto com a natureza, contribuindo assim para o bem-estar físico e mental da população e visitantes. Assim, o Parque da Cidade é um exemplo claro de como soluções baseadas na natureza podem integrar conservação ambiental, adaptação climática e melhoria da qualidade de vida urbana.